terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Meu nome é Khan

Meu Nome é Khan é um filme de Indiano de 2010 que cita várias verdades inconvenientes.  Talvez por isso, ou pelo fato dele citar verdades de culturas específicas seja tão difícil conseguir assistir a esse filme. Para comprar o filme deve-se desembolsar nada menos que 100,00, sorte que sempre podemos contar com os disseminadores de cultura da web.

O filme narra a história de Khan, um indiano muçulmano que possui a Síndrome de Asperger, mas conta com o amor da mãe que o ajuda a superar as adversidades pelas quais passa. Depois disso vai viver nos EUA com o irmão mais novo que é um tanto ciumento com a grande atenção que a mãe sempre dispensou para o filho mais velho.

Mesmo tendo a Síndrome, Khan consegue se relacionar cm outras pessoas e acaba se apaixonando e se casando com Mandira, uma indiana Hindi. Seu irmão rompe com ele quando de seu casamento, já que ele deveria se casar com uma mulher muçulmana. Mas tudo transcorre muito bem até o fatídico 11/09. Daí passam a ocorrer ataques a pessoas/lugares muçulmanos e, por esse motivo, algo acontece (sem muitos spoilers) que faz com que Khan passe meses viajando entre cidades norte-americanas. Nesta parte do filme, as similaridades com “Forrest Gump” tornam-se cabais.

As tais verdades inconvenientes que me referi anteriormente tratam da questão de como o norte-americano vê o muçulmano, a questão de como os próprios muçulmanos se vêem e seus próprios preconceitos, os interesses políticos e o poder da mídia.

Taí um filme muito bom de assistir, que conta com personagens muito carismáticos, made in Bollywood, mas quase que totalmente ocidentalizado (não tem aquelas músicas e danças inseridas no filme, por exemplo). Sempre me deixa pensativa notar como na Índia parece que todos falam inglês desde crianças... Deve ser por isso que acabam não conseguindo perder o sotaque...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O Invencível - um longo filme que termina na metade


É sempre complicado assistir a filmes biográficos. Sendo um filme, já torna-se, obrigatoriamente ficção, sendo ficção, a biografia não é válida. Ao contrário do que aconteceu com “O Jogo da Imitação”, onde não teve a possibilidade de ser autobiográfico, somente se utilizou a visão de terceiros, em “Invencível”, tem-se a perspectiva autobiográfica, mas de nada adianta. Mantém-se ficcional.

Ficcional romantizado, várias inclusões no filme não foram reais, mas acharam que cairia bem na história contada. A história em si é mesmo surpreendente! Verdadeiro caso em que temos consciência de que tudo sempre pode piorar. E que, quando já não há mais esperanças, a vida vira um filme. No derradeiro instante o sol nasce, todos estão salvos.

A construção do filme peca em alguns momentos, acredito que com uma história como a que é narrada, poderia ter nascido um filme memorável, não foi o que aconteceu. Não é um filme ruim, mas parece que termina na metade, tudo se mantém no ar, maiores explicações não são dadas sobre nada, fica tudo no ar. O desconhecido Jack O’Connell surpreende em uma excelente atuação que fez valer a ida ao cinema. Já a conhecida Jolie não foi muito feliz na direção.

A história de “Louie” Zamperini valeu a pena ser contada e foi interessante assistir. Devo admitir que foi difícil ver os japoneses como os malvados da história, eles com tantos códigos morais agindo de forma tão amoral... Mas, guerra é guerra, acredito que a imoralidade acabou reinando em ambos os lados ao menos no que tange ao tratamento dispensado aos prisioneiros de guerra. O filme vale a pena ser assistido, é muito interessante, mas não é uma obra prima!

domingo, 8 de fevereiro de 2015

U2 sob o Tempo




O tempo altera a essência de tudo. Algumas coisas são mais facilmente percebidas que outras, mas o tempo implacável altera a tudo e a todos. No âmbito da música, podemos incluir o U2 no primeiro caso, altamente alterado pelo tempo e facilmente percebido!

Parece-nos incrível que uma banda irlandesa que se iniciou na música de uma forma tão contundente com relação às críticas sociais consiga passar de um extremo a outro em sua música.

Pessoalmente eles se mantiveram ligados a causas filantrópicas e Bono Vox costuma se pronunciar firmemente em defesa de algo relevante. Musicalmente, entretanto, não se mantiveram assim. Basta ouvir Sunday Boody Sunday e The Sweetest Thing para entender sobre o que estou falando.

Não é uma reclamação. Todos mudam e evoluem (ao menos deveria ser assim), mas estou citando esta banda especificamente, pois ao que me parece, foi uma das que mais se alteraram com o tempo. De Boy (primeiro disco, 1980) à Songs of Innocence (o mais recente, 2014) temos 11 discos e 34 anos. Como eles não mudariam sua música se o mundo daquela época e o mundo atual são tão díspares?

Fato é que o mundo contemporâneo não dá mais espaço para os movimentos sociais e lutas que não encerrem em si mesmas grandes montantes de dinheiro. O mundo gira em torno de dinheiro e a tendência de esvaziar qualquer coisa que não tenha relação a ele, se disseminou incrivelmente. Vivemos em tempos vazios, com pessoas vazias e devemos aprender a esperar pouco de tudo o mais e nos regozijarmos com baladas similares e sem expressão.

Reitero que não se trata de uma reclamação, somente pura constatação, até porque nada é tão ruim que não possa piorar...