O que dizer sobre um filme
assistido e louvado por todo o mundo e que já ultrapassou a marca de US$ 1
bilhão? Bom, acredito que eu tenha ainda uma ou outra coisa para dizer sobre
esse filme no qual investi a quantia de R$ 15,00!
Assisti a todos os filmes da Marvel/Disney e, por isso, não esperava
nada de muito profundo e engrandecedor em Age
of Ultron, somente mais um Blockbuster com muitos socos, explosões e mais
daquele papo “os amigos são a família que escolhemos e temos de nos manter
unidos e compreender uns aos outros” de sempre!
Mas não! Age of Ultron não só foi
além do clichê de sempre como criou uma nova categoria de clichês. Depois de
ter assistido em uma confortável poltrona de cinema com um nada confortável
óculos para o 3D (que foi totalmente desnecessário no filme) longíssimas 2h21
de filme depois, eu posso dizer, com toda a certeza, que sinto mesmo por este
mundo! Ele está irremediavelmente perdido se é realmente verdade que ninguém
achou este filme um lixo tão grande quanto eu achei e uma gigantesca perda de
tempo de vida... Em 2h21 eu poderia ter feito tantas coisas...
Logo nos primeiros minutos
consegui entender porque Robert Downey Jr. teve de ser convencido por tanto
tempo (e ter sido necessário somar tanto dinheiro em seu bolso) para fazer o
filme. As piadinhas de fundo, que são tradicionais nos filmes da Marvel, saíram
do fundo e estavam tão ativas que mais pareciam um Stand Up Comedy (só faltaram
as risadas de fundo das sitcoms). Os tais vingadores mais pareciam os SuperAmigos,
só que bem mais infantis. Vamos por partes para entender quem é quem no filme:
Hulk/Dr. Banner: Dobermann adestrado/nerd assexuado
Viúva Negra: pós adolescente com traumas de infância ocasionando um complexo de Electra/louca
para casar
Arqueiro: pai de família
Homem de Ferro: lunático que mete o pé pelas mãos em dois
filmes seguidos
Thor: parecia estar sentindo falta do irmão já que quase não apareceu, ficou
fora um tempão e ninguém percebeu...
Cap. América: ficou em casa vendo tv e comendo pipoca (se
fosse eu, teria feito o mesmo!)
Para elevar a ideia de protetores
do planeta, resolveram deixar todos os seres humanos retardados. Veja bem, em
uma cena em que o Hulk fica raivoso e
fora de controle e parte para esmagar tudo em algum lugar da África, Stark faz de tudo para proteger as
indefesas pessoas que estão paradas a 2 metros de distância do Hulk...
Agora me diga, é mesmo passível
de credulidade que alguém em sã consciência vá ficar pertinho de um enorme
monstro verde descontrolado só aguardando ser esmagada? Resposta óbvia, não é?
Se o exemplo com um monstro verde
não cabe em nossa realidade vamos alterar então! Ao invés do verdinho temos
então um homem com uma metralhadora no centro do Rio de Janeiro. Eu bem sei que
em 5 seg. já não tem mais ninguém em um raio de 100 metros!
Entende? Não faz sentido! O Mesmo
ocorre em Sokóvia, lar dos Super Gêmeos ATIVAR! A cidade está literalmente
ascendendo ao céu! Mas ela não sobe de uma vez, claro! Sobe aos poucos, e mesmo
assim, os heróis têm de salvar pessoas que estão à beira da cidade (precipício),
seja a pé ou em seus carros... Hein? Uma mãe desnaturada que é salva esquece-se
de pegar o filho (!), que estava junto dela na lanchonete (!) e é incapaz de
levantar suas nádegas do enorme barco/avião em que se encontrava e pede que um
herói vá buscar a criança (não se fazem mesmo mais mães como antigamente!)...
Sabe, exemplos clichês como esses recheiam o
filme!
Mas nem tudo foram espinhos! Teve
momentos realmente engraçados (dois!)! O primeiro foi na visita a um país não
identificado na África onde um vilão mau como um pica pau, interpretado pelo
maravilhoso Andy Serkis (não sabe quem
é? Gollum, lembrou?), e enquanto estavam por lá todos os personagens do filme, a
câmera passa por uns galões onde estava escrito “Lixo Tóxico” porque, por pior
que seja, ninguém é assim tão mau a ponto de não fazer coleta seletiva ...
Outro bom momento que me fez rir
feito louca, foi em Sokóvia (cidade fictícia localizada em algum lugar dos Bálcãs),
quando o gêmeo macho (faço a menor ideia do nome desse rapaz quase tão apagado
quanto o Cap. América) já do lado do bem, vai até o hospital avisar que serão
atacados e que todos têm de correr e irem embora. O mesmo o faz em inglês! Faz
sentido o rapaz local, que obviamente fala a língua local, pois tem o sotaque carregado
em suas falas em inglês, dar o recado a seus conterrâneos em inglês? Gente, era
só uma frase, realmente custaria tanto assim fazer as pessoas que assistem ao
filme lerem uma legenda de uma pequena frase?
Nick Fury, general sem exército, também
dá uma passada pelo filme. A S.H.I.E.L.D. acabou, mas isso não é motivo
suficiente para que ele perca todos os poderes e acessos privilegiados aos brinquedos
caros da organização. Pareceu mais que a dissolução da S.H.I.E.L.D. no filme
anterior foi somente para que eu ele pudesse tirar umas férias e esticar um
pouco as pernas no revigorante ar do interior...
Até entendo que para a maioria
das pessoas minhas reclamações sobre o filme não foram notadas e são sem
importância, mas detesto ser feita de idiota e quando saí do cinema, foi assim
que me senti. Durante 2h21 me deixaram sentada e pensaram por mim mastigando
bastante a cada minuto! Realmente não gostei dessa sensação!
O filme tem vááárias outras
coisas que eu poderia dizer em demérito do mesmo, mas sinceramente, acho que já
chega! Ele nem vale tanto empenho assim...