O tempo altera a essência de tudo. Algumas coisas são mais facilmente percebidas que outras, mas o tempo implacável altera a tudo e a todos. No âmbito da música, podemos incluir o U2 no primeiro caso, altamente alterado pelo tempo e facilmente percebido!
Parece-nos incrível que uma banda
irlandesa que se iniciou na música de uma forma tão contundente com relação às
críticas sociais consiga passar de um extremo a outro em sua música.
Pessoalmente eles se mantiveram
ligados a causas filantrópicas e Bono Vox
costuma se pronunciar firmemente em defesa de algo relevante. Musicalmente,
entretanto, não se mantiveram assim. Basta ouvir Sunday Boody Sunday e The
Sweetest Thing para entender sobre o que estou falando.
Não é uma reclamação. Todos mudam
e evoluem (ao menos deveria ser assim), mas estou citando esta banda
especificamente, pois ao que me parece, foi uma das que mais se alteraram com o
tempo. De Boy (primeiro disco, 1980)
à Songs of Innocence (o mais recente,
2014) temos 11 discos e 34 anos. Como eles não mudariam sua música se o mundo
daquela época e o mundo atual são tão díspares?
Fato é que o mundo contemporâneo
não dá mais espaço para os movimentos sociais e lutas que não encerrem em si
mesmas grandes montantes de dinheiro. O mundo gira em torno de dinheiro e a
tendência de esvaziar qualquer coisa que não tenha relação a ele, se disseminou
incrivelmente. Vivemos em tempos vazios, com pessoas vazias e devemos aprender
a esperar pouco de tudo o mais e nos regozijarmos com baladas similares e sem
expressão.
Reitero que não se trata de uma
reclamação, somente pura constatação, até porque nada é tão ruim que não possa piorar...
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