domingo, 8 de fevereiro de 2015

U2 sob o Tempo




O tempo altera a essência de tudo. Algumas coisas são mais facilmente percebidas que outras, mas o tempo implacável altera a tudo e a todos. No âmbito da música, podemos incluir o U2 no primeiro caso, altamente alterado pelo tempo e facilmente percebido!

Parece-nos incrível que uma banda irlandesa que se iniciou na música de uma forma tão contundente com relação às críticas sociais consiga passar de um extremo a outro em sua música.

Pessoalmente eles se mantiveram ligados a causas filantrópicas e Bono Vox costuma se pronunciar firmemente em defesa de algo relevante. Musicalmente, entretanto, não se mantiveram assim. Basta ouvir Sunday Boody Sunday e The Sweetest Thing para entender sobre o que estou falando.

Não é uma reclamação. Todos mudam e evoluem (ao menos deveria ser assim), mas estou citando esta banda especificamente, pois ao que me parece, foi uma das que mais se alteraram com o tempo. De Boy (primeiro disco, 1980) à Songs of Innocence (o mais recente, 2014) temos 11 discos e 34 anos. Como eles não mudariam sua música se o mundo daquela época e o mundo atual são tão díspares?

Fato é que o mundo contemporâneo não dá mais espaço para os movimentos sociais e lutas que não encerrem em si mesmas grandes montantes de dinheiro. O mundo gira em torno de dinheiro e a tendência de esvaziar qualquer coisa que não tenha relação a ele, se disseminou incrivelmente. Vivemos em tempos vazios, com pessoas vazias e devemos aprender a esperar pouco de tudo o mais e nos regozijarmos com baladas similares e sem expressão.

Reitero que não se trata de uma reclamação, somente pura constatação, até porque nada é tão ruim que não possa piorar...

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