sábado, 4 de julho de 2015

O Labirinto do Fauno


Uma pessoa muito sábia, e muito querida, certa vez me disse que quando o filme é bom, ele fica passando na nossa cabeça várias e várias vezes, não termina assim que acaba. Foi essa a sensação que tive ao assistir alguns filmes, a última vez foi ao assistir “O Labirinto do Fauno” (2006).

Estranho mesmo assistir a um filme dessa categoria quase 10 anos após seu lançamento, ainda mais sendo um filme de um cara que prezo tanto como é o caso de Guillermo Del Toro. Del Toro não só dirige o filme, mas escreveu o roteiro e também produziu o filme. Então por que não tê-lo assistido antes?

Pois é... na realidade como era este um filme que eu, com certeza, gostaria muito, meio que esperei pelo “momento certo” para assistir. E este momento finalmente chegou!
São tantas as particularidades desse filme que para analisá-lo de uma forma completa seriam necessárias várias páginas, o que não caberia aqui, obviamente. Ainda assim, preciso comentar sobre este filme.

A história se passa na Espanha franquista, 1944, quase no final da Guerra. Ophelia é uma menina apaixonada por contos de fadas que vai com sua mãe, grávida, para o acampamento militar onde se encontra o novo marido de sua mãe, capitão Vidal.

Ophelia encontra uma fada na floresta é guiada por ela para um labirinto de pedra onde ela encontra o fauno. A criatura conta então que sua alma é a da princesa do submundo que havia fugido há muitos e muitos anos e aquele labirinto era o último portal que restava para que a princesa pudesse voltar ao seu lar e para seu pai.

A carga emocional dos personagens é algo muito interessante de notar. Ophelia perdeu o pai pouco tempo antes e sua mãe, que ela amava como a ninguém mais, se casou com o homem mais odioso possível. A mãe nutria um grande amor por Ophelia e, por isso, se dispôs a casar com o homem que julgou ser um porto seguro para ambas. O capitão era um homem com muitos traumas de infância, criado por um homem que entendemos ser, no mínimo, severo em quem se espelha. Sua personalidade demonstra algumas psicopatias como impossibilidades e desconforto em demonstrações de afeto, além de um gosto especial por torturas, o que combinado com sua onipotência militar, não foi algo irrelevante...
 
A governanta da casa se mostrava completamente insipiente para os da casa, menos com Ophelia, e era ligada aos grupos rebeldes que lutavam contra o governo. O médico também tem um papel muito importante na obra, assim como a governanta, era aliado dos rebeldes. O interessante é que a governanta se liga ao movimento de resistência por seu irmão fazer parte do movimento e o médico não deixa claro o quanto de seu comprometimento com o movimento existe em razão de seu sentimento pela governanta.

O ambiente em que se passa a história foi muito bem escolhido, seja no tempo, em um período de guerra, seja no espaço, mesmo sendo aquele um local de conflitos, a beleza do lugar consegue aparecer e é encantadora.

O final do filme era, ao menos para mim, já esperado e me fez recordar de “O Pequeno Príncipe”. Não vou contar o que acontece, claro, deve ter alguém que, assim como eu, não assistiu ao filme ainda... Mas me fez recordar a parte final desse livro. Sem contar que quando o roteiro não implica em nos direcionar no final para um só entendimento, o filme fica muito mais rico. E foi esse o caso!

Se você ainda não assistiu, pode assistir tendo a garantia de angariar para a sua vida minutos preciosos e memórias agradáveis para levar consigo.



Nenhum comentário:

Postar um comentário