terça-feira, 28 de julho de 2015

Um maravilhoso mundo em 78 rotações!





Quando eu era criança não existiam os CD’s. Ouvíamos discos de vinil ou fitas k7, comprados em lojas de discos. Lembro que algumas pessoas os chamavam de 78 rotações (RPM) o que para mim era um grande mistério, só descobri sobre as rotações quando os CD’s já existiam...

A fragilidade do LP era algo que contribuiu para o seu declínio. Enquanto os CD’s eram pequenos e guardados em caixas de acrílico, o LP era grande e guardado em uma capa de papelão, bastante frágil. O tocador de discos funcionando com uma agulha para o som poder se disseminar acabava, facilmente, arranhando um disco. Normalmente em uma festa sempre algum tio bêbado se apoiava na vitrola e lá se ia uma faixa do disco. Ou então alguém, ou estabanado, ou sob o efeito do álcool (o grande vilão da fragilidade), colocava a agulha sobre o disco com força demais e... lá se ia a pobre faixa do vinil, ou pior, a agulha. Preciso lembrar o que acontecia com as fitas k7’s e o pesadelo que era conseguir tirar a fita enrolada no cabeçote sem rasgá-la? Sem contar que depois que enrolava uma vez... era para sempre!

Os LP’s não eram baratos, assim como os CD’s também não o eram, mas a novidade que prometia um som limpo, uma qualidade fonográfica tão superior ao nosso antigo vinil, fez as pessoas preferirem, obviamente, o CD aos sons imperfeitos do LP. Não há, porém, como negar que a graça de ouvir música em casa era justamente aquele som imperfeito, abafado que tinha o vinil e que nos transportava a lugares que o CD com seu som claro e límpido, nunca serão capazes!

Ultimamente se tornou cult gravar discos também em vinil e o preço de uma vitrola está pela hora da morte. Contudo, por mais que eu desdenhe de modismos, este me fez feliz. Faço parte da resistência do vinil e nunca entreguei os pontos. Afinal, ouvir as 9 sinfonias de Beethoven no vinil faz toda a diferença. Manter essa chama do LP ocorre mais por uma questão de saudosismo e, claro, preferência pessoal, do que por uma crença maluca de que o vinil se reerguerá das cinzas, como a fênix. Tudo muda tão rápido que hoje em dia ninguém mais compra CD, só ouve pela internet e isso não vai regredir, mas o vinil como uma opção para determinados momentos... Sou toda ouvidos!


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