domingo, 11 de janeiro de 2015

O Romance Gótico




O livro O Castelo de Otranto, escrito por Horace Walpole, foi o primeiro romance gótico da literatura mundial. Mas afinal, o que é mesmo um romance gótico?

Pois bem, ao pensar em gótico muita coisa pode vir à nossa mente. Um grupo de pessoas pálidas e de roupas pretas, talvez. Uma igreja medieval e sua arquitetura escura e cheia de detalhes, quem sabe? A lembrança de um filme de terror memorável? Pode ser... em meio a essas lembranças imediatas, podemos perceber que o que as une, todas, pode ser definido por uma só palavra/conceito: Estética.

A estética claramente não é algo fácil de explicar, como Aristóteles bem devia saber. Por isso, definir a estética por meio de associações acredito ser o meio mais simples de me fazer compreender. Então, o que eu quis dizer com tudo isso foi que o romance gótico é caracterizado por uma densidade da composição do texto, lugares lúgubres, castelos medievais, espaços ermos, segredos a serem descobertos, personagens com uma grande carga emocional... Essas coisas!

Volto então à minha frase inicial e ao que eu realmente queria falar sobre: ”O livro O Castelo de Otranto, escrito por Horace Walpole, foi o primeiro romance gótico da literatura mundial”. Quando eu o li pela primeira vez, tinha onze anos. Acabei perdendo o livro, que havia afanado da biblioteca da escola (é ... acabei fazendo isso, uma vergonha!), mas acredito que as coisas só aparecem em nossa vida, ou somem, por algum motivo. Gosto de pensar que mais alguém pode estar aproveitando-o por agora, quem sabe?

Digressões à parte, a história do livro, aos nossos olhos já tão acostumados com a temática do terror, não é nada que poderia ser considerado genial ou amedrontador, mas é sempre interessante conhecer o início de algo que foi precursor do gênero do terror, que é um gênero tão enormemente amado!

Este livro foi o precursor de uma série de livros com temas góticos e inspirou vários autores como Edgar Allan Poe, Robert Lois Stevenson, Mary Shelley, Ann Radcliffe, Bram Stocker, Jane Austen... E por aí vão!

O interessante da primeira edição, escrita em 1974, é que Walpole não assumiu ter escrito a obra, só o fez posteriormente. Assim como vários outros artistas, ele inventou uma estória elaboradíssima de ter encontrado este manuscrito de Nápoles, na residência de uma família católica, o qual foi traduzido para o inglês por William Marshal, tendo como autor Onuphrio Muralto cânone da Igreja de São Nicolau em Otranto. Na segunda edição ele resolve dar nome aos bois, já que foi bem recebido pela crítica e, até mesmo, resolve localizar sua obra no tempo. O autor diz que a obra seria inserida entre 1095 e 1243. 

E sim, caso tenha ficado em dúvida, Otranto existe! É uma cidade real da Itália, um local lindo, que mais parece um balneário. Possui várias construções de arquitetura medieval, mas só com muito esforço se enxerga algo de lúgubre em um lugar com tanto sol. Fica na ponta do salto da bota!




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