O livro O Castelo de Otranto, escrito por Horace Walpole, foi o primeiro
romance gótico da literatura mundial. Mas afinal, o que é mesmo um romance
gótico?
Pois bem, ao pensar em gótico
muita coisa pode vir à nossa mente. Um grupo de pessoas pálidas e de roupas
pretas, talvez. Uma igreja medieval e sua arquitetura escura e cheia de
detalhes, quem sabe? A lembrança de um filme de terror memorável? Pode ser...
em meio a essas lembranças imediatas, podemos perceber que o que as une, todas,
pode ser definido por uma só palavra/conceito: Estética.
A estética claramente não é algo
fácil de explicar, como Aristóteles bem devia saber. Por isso, definir a
estética por meio de associações acredito ser o meio mais simples de me fazer
compreender. Então, o que eu quis dizer com tudo isso foi que o romance gótico
é caracterizado por uma densidade da composição do texto, lugares lúgubres,
castelos medievais, espaços ermos, segredos a serem descobertos, personagens
com uma grande carga emocional... Essas coisas!
Volto então à minha frase inicial
e ao que eu realmente queria falar sobre: ”O livro O Castelo de Otranto, escrito por Horace Walpole, foi o primeiro
romance gótico da literatura mundial”. Quando eu o li pela primeira vez, tinha onze anos. Acabei perdendo o livro, que havia afanado da biblioteca da
escola (é ... acabei fazendo isso, uma vergonha!), mas acredito que as coisas
só aparecem em nossa vida, ou somem, por algum motivo. Gosto de pensar que mais alguém
pode estar aproveitando-o por agora, quem sabe?
Digressões à parte, a história do
livro, aos nossos olhos já tão acostumados com a temática do terror, não é nada
que poderia ser considerado genial ou amedrontador, mas é sempre interessante
conhecer o início de algo que foi precursor do gênero do terror, que é um
gênero tão enormemente amado!
Este livro foi o precursor de uma
série de livros com temas góticos e inspirou vários autores como Edgar Allan
Poe, Robert Lois Stevenson, Mary Shelley, Ann Radcliffe, Bram Stocker, Jane
Austen... E por aí vão!
O interessante da primeira edição,
escrita em 1974, é que Walpole não assumiu ter escrito a obra, só o fez
posteriormente. Assim como vários outros artistas, ele inventou uma estória
elaboradíssima de ter encontrado este manuscrito de Nápoles, na residência de
uma família católica, o qual foi traduzido para o inglês por William Marshal,
tendo como autor Onuphrio Muralto cânone da Igreja de São Nicolau em Otranto. Na
segunda edição ele resolve dar nome aos bois, já que foi bem recebido pela
crítica e, até mesmo, resolve localizar sua obra no tempo. O autor diz que a
obra seria inserida entre 1095 e 1243.
E sim, caso tenha ficado em
dúvida, Otranto existe! É uma cidade real da Itália, um local lindo, que mais
parece um balneário. Possui várias construções de arquitetura medieval, mas só
com muito esforço se enxerga algo de lúgubre em um lugar com tanto sol. Fica na
ponta do salto da bota!
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