sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Como Água para Chocolate



Assistir a um filme “água com açúcar” não é exatamente o que gosto de fazer e, quando o faço, é por pura falta de opção. Entretanto, o filme “Como Água para Chocolate” não é realmente um romance “água com açúcar” como pareceu para mim em um relance precipitado.

O filme é baseado no livro homônimo de Laura Esquível e dirigido por seu esposo, Alfonso Arau. O que já faz com que ele seja muito próximo ao livro e permite manter a visão da escritora de uma forma mais intensa. Não li o livro, mas os comentários em geral eram de que o filme é bem como o livro. O que para mim era um filme com uma temática romântica boba, se transformou em um prato cheio para análises variadas.

É interessante o período que o filme aborda. México, início do século XX, México em plena revolução zapatista, mulheres no comando no que tange ao ambiente da história. É mais ou menos isso já que o “homem da casa” morreu pouco depois da filha mais nova nascer, por um ataque cardíaco ao ter sua paternidade duvidada.

Pois bem, o nome do filme “Como Água para Chocolate” tem absolutamente tudo a ver com a história! Essa é uma expressão comum no México, onde o chocolate é uma bebida muito comum, e é preparado não com leite, mas derretendo o chocolate na xícara com água fervente. Daí a expressão, dizer que alguém está como água para chocolate é dizer que a pessoa está a ponto de explodir, seja de amores, seja de ódio. E os personagens são bem dessa forma, explosivos, rompantes de cólera e de amores estão presentes ao longo das cenas.

A comida também é central na história, o filme começa na cozinha e lá termina. Ela também serve de canalização dos sentimentos de Tita, personagem central e que tomou para si a responsabilidade pela alimentação na casa. A comida canalizava os sentimentos de Tita e permitia a quem a experimentasse sentir o mesmo que ela sentia no momento da feitura.

Outra coisa interessante, ao menos para quem nasceu entre os anos 80 e 90, é que a mãe da personagem principal, que é a grande vilã do filme, é também velha conhecida nossa. Se trata da “senhorita do 24”, tia da Paty, do seriado “Chaves”, Regina Torné.

A busca pela quebra de tradições desnecessárias e cruéis, a proximidade com o Texas e com os Estados Unidos faz mesmo parecer que geograficamente, Estados Unidades e México eram bem mais próximos do que são agora. Além de tudo, a poesia que paira pelo filme é sempre inebriante e um acalento para tantas besteiras que andam sendo filmadas hoje em dia!

Este é um filme que vale a pena ser assistido para guardar na memória e recordar não só com a mente...


Alguns blogs, extremamente gentis, disponibilizam para assistir. É relativamente fácil de encontrar!

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