Julio Cortázar |
Muitas pessoas já leram o termo
atrelado ao nome de algum escritor laureado, mas muitas pessoas não sabem bem o
que foi esse movimento - essa explosão - como o próprio nome diz, de escritores
latino-americanos.
Pois bem, esse movimento data
entre 1960 e 1970, não há uma data exata, mas os escritores mais
contextualizados nesse movimento são: Julio Cortázar (Argentina), Jorge Luis
Borges (Argentina), Carlos Fuentes (México), Mario Vargas Llosa (Peru) e
Gabriel García Márquez (Colômbia).
Gabriel García Márquez |
Mas por que estes autores e por
que, especificamente neste período? Então, buscando na História, podemos
verificar que esse era o período das ditaduras em praticamente toda a América
Latina. Esses escritores tiveram de sair de seus países e foram para a Europa
ou para os Estados Unidos. Lá, escreveram seus livros retratando todo um
movimento vanguardista e se tornaram conhecidos pela Europa e pelo mundo.
Nesse período, entretanto, a
literatura estava a todo o vapor e muitos nomes foram lançados e imortalizados
por suas obras. O que fez com que esses fossem reconhecidos e não os outros? Boa
parte do motivo se refere ao simples fato de estarem lá ou de manterem relações
íntimas com Europa ou Estados Unidos. Basicamente a Europa detém o poder sobre
as artes e decide o que é bom, ou não. Infelizmente ainda é assim, uma pura
questão de poder e prestígio.
Mario Vargas Llosa |
Antes disso, literatura
latino-americana “não existia”. Não importa que Machado de Assis tenha feito
tudo o possível e o impossível na literatura ou que Pablo Neruda nessa época já
fosse Pablo Neruda com toda a força que esse nome contém. Há um tempo, lembro
de ter lido uma reportagem de Chico Buarque ao lançar seu último livro e dizia
sobre a diferença de como são recepcionadas suas obras na Europa. Lembrando que
Chico Buarque não é só conhecido aqui no Brasil, mas é muito conhecido também
no resto do mundo e suas músicas são muito bem recebidas, mas não seus livros.
Ele dizia que a música vinda de um país como o Brasil é muitas vezes vista como
uma manifestação exótica e bem recebida, mas o mesmo não acontece com os
livros. A arte de escrever é considerada grande somente para os países de
primeiro mundo, era como se escrever fosse uma arte que um país jovem como o
Brasil, ou um país de terceiro mundo não poderia se enveredar.
Claro que não estou colocando
como uma regra ou homogeneizando a coisa, mas acontece que muitos veem dessa
maneira. Academicamente os livros de Chico Buarque estão passando a serem lidos
e estudados só agora aqui no Brasil e isso, é sim, estarrecedor!
Enfim, resolvi escrever sobre
esse movimento porque estou relendo um livro de contos de Cortázar “Todos os
fogos o fogo”, o qual é bem interessante, mais tarde falo sobre ele...
Jorge Luis Borges |
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