segunda-feira, 11 de julho de 2016

Buffy The Vampire Slayer e a grande revolução dos seriados dos anos 90



 


Minha querida amiga Netflix (porque descobri que é menina...) que facilita muito a minha vida de cinéfila ou a minha semi vida nos sofás de casa, me permitiu experimentar assistir Buffy – The vampire Slayer, 1997, confortavelmente em casa, na tv de boa imagem e me transportou de volta aos anos 90, quando eu era adolescente e achava que caças vampiros era bem mais fácil que a minha vida (dramas adolescentes)...



Preciso dizer que foi ótimo acompanhar toda a trajetória de Buffy Summers que se imiscui também com a trajetória das séries de tv. Os anos 90 foram excepcionalmente importantes para o universo das séries. Sempre tivemos séries de tv, mas acredito que os anos 90 serviu para consolidar ideias que funcionavam e abarcar um nicho do mercado de audiovisual que era restrito e se tornou gigante, como é hoje.

Praticamente todos os grandes atores de cinema fizeram, fazem ou irão fazer parte de alguma série. Esse formato possui muitos benefícios e o melhor deles é justamente ter mais tempo para contar uma estória, diferente do cinema que é bem mais restrito. Tem-se uma produção bem maior e, obviamente, um custo bem maior do que o de um filme.

Assistir Buffy foi emocionante, pois se pode, praticamente ver, o surgimento das séries da forma que vemos hoje. Embora Buffy seja sobre uma jovem caçadora de vampiros (que são demônios feios e selvagens) adolescente, com todas as crises que isso implica, que consegue passar todo o episódio sem bagunçar o cabelo e tem sempre uma piada na ponta da língua, os elementos de um sucesso televisivo estão todos lá! Assim como acontece com Arquivo X, Fresh Prince, Dawson’s Creek dentre tantas outras, é notável o divisor de águas que foi a década de 90.

A ideia original de Joss Whedon não era voltada para comédia, como foi o filme no início dos anos 90. Aliás, ele ficou terrificado com o que fizeram com sua história de uma mulher com poderes para proteger a humanidade de monstros das trevas. Ele teve tempo de amadurecer a ideia e teve a oportunidade de criar a série, que logo se tornou um grande sucesso. 

O filme de 1992
 

Tara&Willow
O interessante de Buffy é a quebra de estereótipos. À primeira vista Buffy é um estereótipo perfeito: loira, popular e fútil. O tipo exato das primeiras vítimas dos filmes de Terror. Mas e se...? E se ela não fosse só isso? Se além de todo o estereótipo ela tivesse poderes e fosse muito mais do que aparentava? E por aí vai... Como o, “E se a melhor amiga de Buffy, certinha, legal e careta fosse lésbica?” e assim foi! Antes disso não me lembro de uma personagem lésbica e que se beijavam em frente às câmeras! E o legal do seriado é que tudo era possível naquele universo, que os fãs chamam de Buffyverse, até mesmo Buffy passar a ter uma irmã de uma hora para outra, na maior normalidade, porque naquele universo, era bastante crível e compreensível!

E Angel? Um caso à parte, um vampiro com alma, alma gêmea da Caçadora. Belo, mágico e misterioso, combinação perfeita para um vampiro e para justificar aquela tensão entre os personagens, amor x dever e muito, muito drama! Um caso tão à parte que ganhou um spin-off próprio e foi uma sensação na época!

A demonstração de força das personagens femininas também é notável. Nenhuma mulher é indefesa, sempre conseguem se proteger e proteger aos demais. Os diálogos rápidos e inteligentes cheios de referência à cultura popular também se tornaram um ícone. Gilmore Girls, de 2000, dentre outros, também beberam dessa mesma fonte. Basicamente, todo o Buffyverse é inebriante por vários diferentes aspectos e é sim, um marco na nossa cultura, alguns gostando, ou não!

Girl Power

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